Entrevista Pierre Lévy - Os fundamentos da Cibercultura
Cibercultura é uma expressão criada por Pierre Lévy (pág. 17), caracteriza-a por um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), práticas, atitudes, modos de pensar e valores que se desenvolvem conjuntamente com o crescimento do ciberespaço. O Ciberespaço também designado por rede, é caraterizado por Lévy (pág. 17), como novo meio de comunicação que resulta da interligação mundial de computadores.
A essência da cibercultura é para Lévy paradoxal, em que a Internet é uma universalidade desprovida de um significado central “universal sem totalidade”. Remete-nos para a ideia de “segundo dilúvio” ideia concebida por Roy Ascot que nos dirige para a atual explosão de informações e o dilúvio bíblico. Tal como Noé, e perante a Internet sentimo-nos à deriva num mar informacional, sem saber muitas vezes quais as informações fundamentais a conservar na “nossa arca”. Não há, afirma Lévy, fundo sólido nem ponto fixo nesse mar de informações. Segundo Pierre Lévy com o crescimento do ciberespaço resultam três princípios orientadores: i) interligação; ii) comunidades virtuais de aprendizagem; e iii) inteligência coletiva.
Por interligação, Levy (pág. 132) considera que a ligação é sempre preferível ao isolamento, sendo a mesma considerada um bem em si próprio. Passando-se da noção de canal e rede para uma sensação de espaço globalizante, onde os veículos informativos já não estariam no espaço, tornando-se todo o espaço num verdadeiro canal interativo.
As comunidades virtuais de aprendizagem apoiam-se na interligação, construída a partir de afinidades de interesses, de partilha, cooperação ou troca, ou seja, terá de existir uma identidade comum independentemente do local e do espaço.
A inteligência coletiva, o interesse de um grupo humano, por criar uma comunidade virtual para se aproximar do ideal coletivo, capaz de aprender, de criar. A mesma seria a finalidade última do fenómeno da cibercultura.
Como conclusão, deixo como exemplos de cibercultura: as redes sociais, usadas nos dias de hoje a um ritmo vertiginoso, tais como o HI5, o Facebook, o Messenger, o Skipe, o Twitter, entre outros, permitindo partilhar informações, dados das mais diversas formas; as comunidades de aprendizagem, designando-se também por EaD (ensino a distância), são cada vez mais a nível mundial, como Universidades e centros de aprendizagem.