
Em finais do século XIX a panorâmica das fontes de informação concentra-se nas teorias da aprendizagem - o behaviorismo, o cognitivismo e o construtivismo em uma época em que aprendizagem não sofria o impacto da tecnologia. Anderson e Dron (2011) apontam três gerações de pedagogias referentes a EaD. O behaviorismo- cognitivismo impulsionaram o desenvolvimento do design instrucional, o foco está na aprendizagem individual. O construtivismo, baseado em Piaget e Vygotsky, procura uma pedagogia baseada em oportunidades para interações entre alunos e professores. O conetivismo, visa responder às novas realidades introduzidas pelo avanço tecnológico e as transformações económicas, sociais e culturais, onde os papéis mudam e o aluno deverá ser capaz de encontrar e aplicar o conhecimento onde e quando necessário.
A Educação a Distância para Malvestiti (2005), citado por Bottentui (2009), constituiu, desde sempre uma modalidade educativa não convencional, sendo possível distinguir diferentes fases/gerações na sua evolução: primeira geração caraterizada por um ensino baseado em correspondência; segunda geração assinala o aparecimento dos recursos audiovisuais (TV educativa, vídeos e cassetes); a internet, terceira geração, abre novos espaços para a aprendizagem, possibilitando a comunicação síncrona e assíncrona entre professor – alunos – pares e a quarta geração é assinalada pela transferência quase na totalidade do material scripo (textos e livros) por materiais acedidos através de ambientes e plataformas de ensino.
Encontramo-nos numa transição de uma Sociedade Industrial que privilegia a cultura de ensino, para uma Sociedade em Rede que dá particular importância à cultura da aprendizagem: preparar os jovens para uma diversidade de competências (trabalho de equipa, espírito critico, capacidade de iniciativa na resolução de problemas, entre outras) exigidas pela sociedade da informação e do conhecimento. As teorias construtivistas ainda se afiguram na Educação a Distância como a teoria de aprendizagem que melhor se adequa a objetivos gerais da educação. A “hipermédia” veio possibilitar planear a aprendizagem num formato não linear, sendo possível diversificar as estratégias de aprendizagem e sobretudo adaptá-las às diferentes necessidades educativas envolvendo-as em contextos cognitivos e sócio culturais. Neste sentido, aquando a implementação de um sistema de Ensino a Distância será necessário selecionar as teorias pedagógicas mais adequadas ao ambiente de formação, já que todas assumem um papel importante. Recomenda-se o recurso às teorias construtivistas, também conhecidas pela segunda revolução cognitiva, onde partilham os mesmo princípios básicos, e apresentam uma filosofia de aprendizagem baseada na premissa de que cada um constrói o seu próprio conhecimento do mundo em que vive, refletindo nas suas experiências pessoais, regula-se ainda numa participação ativa na resolução de problemas e desenvolvimento do pensamento crítico, o aluno constrói, cria e desenvolve as próprias ideias ao invés de assimilar o conhecimento ou ideias transmitidas pelo professor. A aprendizagem é ainda influenciada pelo contexto, valores e atitudes do indivíduo. De acordo com Kerr (2007), citado por Mota (2009), “alguns aspetos reclamados pelo Conetivismo como específicos foram já cobertos no passado: com a teorização do social construtivismo, Vygotsky abordou a relação entre ambientes de conhecimento internos e externos; o construcionismo de Papert e os seus “objectos para pensar com” (objects to think with) ou a cognição activa e incorporada (embodied active cognition) de Clark também explicam muitos desses aspectos; as comunidades de práticas são outro dos modelos a ter em conta, pois perspectivam a aprendizagem como inerentemente social e situada, como também as correntes geralmente designadas como construtivistas”.
Princípios básicos do construtivismo:
- O conhecimento é construído ativamente, não é transmitido;
- A aprendizagem como um processo ativo e refletivo, não passivo;
- A interpretação da nova experiência é influenciada pelo conhecimento prévio;
- As interações sociais introduzem perspetivas múltiplas de aprendizagem;
- A aprendizagem centra-se em contextos e não em fatos isolados.
- O conhecimento é construído ativamente, não é transmitido;
- A aprendizagem como um processo ativo e refletivo, não passivo;
- A interpretação da nova experiência é influenciada pelo conhecimento prévio;
- As interações sociais introduzem perspetivas múltiplas de aprendizagem;
- A aprendizagem centra-se em contextos e não em fatos isolados.
Distingue-se ainda, que na construção do próprio conhecimento, o mesmo é relativo (nada é absoluto, varia de pessoa para pessoa) e falível (nada pode ser assumido como garantido). Outro conceito importante a ter em conta é o scaffolding (suporte) – guiar o aluno do que é presentemente conhecido para aquilo a conhecer. Segundo Vygotsky, as dificuldades sentidas na resolução de problemas são devido a três categorias de carências: i) aptidões que o aluno não é capaz de desempenhar; ii) aptidões que o aluno poderá ser capaz de desempenhar; iii) aptidões que o aluno é capaz de desempenhar com ajuda. Esta última, designada pelo autor como Zona de Desenvolvimento Próximal, ou seja área de exploração cognitiva para a qual o aluno está preparado cognitivamente. Neste sentido, o “suporte” irá possibilitar serem desempenhadas tarefas que poderiam estar aquém das suas capacidades sem a ajuda guiada.
Sabe-se no entanto, que existem ambientes que se baseiam em ideias behavioristas e cognitivistas e que a seleção do tipo de teoria a um determinado ambiente de Ensino a Distância assume uma importância fundamental, tendo implicações na definição do modelo pedagógico a implementar.
Bibliografia:
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL. Disponível em: http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.
Anderson, Terry (2010). Three Generations of Distance Education Pedagogy. IRRODL. [Elluminate Recording, Powerpoint Presentation & MP3 Recording]. Disponível em:http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/viewArticle/865/1551.
Bottentui Junior, J. B. & Coutinho, Clara Pereira (2008). Do e-Learning tradicional ao e-learning 2.0. RepositóriUM – Universidade do Minho. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8533
Connole, Grainne (2011). Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning.Disponível em: http://www.slideshare.net/grainne/pedagogical-models-and-their-use-in-elearning-20100304.
Mota, J. (2009). Da Web 2.0 ao e-learning 2.0: Aprender na Rede. Disponível em: http://orfeu.org/weblearning20/
Siemens, George (12-12-2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace. Disponível em: http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm
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